Eficiente ou eficaz?

Certamente você já ouviu as palavras eficiente e eficaz, que embora parecidas, têm significados distintos mas interligados. Grosso modo, enquanto Eficiência caracteriza-se por fazer certo as coisas, a Eficácia se traduz por fazer a coisa certa. Um conhecido exemplo é o do poço. Se uma pessoa cava um poço com perfeição, realiza um trabalho com eficiência; mas se ela sabe o local correto para cavar esse poço e encontra água, ela terá executado um trabalho com eficácia.

Eficiência, é algo mais voltado com saber administrar recursos, ou seja, chegar a um resultado com o mínimo de desperdício possível. A eficiência está relacionada ao cumprimento de certas rotinas de maneira certa. A eficácia, por sua vez, tem mais relação com a precisão, em alcançar a meta pretendida.

O interessante é que podemos ter soluções eficientes, mas pouco eficazes, como, por exemplo, uma equipe que gerencia muito bem recursos, sabe muitas técnicas, mas não chega a uma solução próxima do esperado. Mas é possível também soluções eficazes, mas pouco eficientes como quando se mira em um alvo, acerta-se perfeitamente no centro, mas para isso gasta-se muito tempo e demanda-se um arco de última geração (muito caro). Apesar de claramente distintos, estes dois conceitos podem também trabalhar muito bem em combinação.

Aliás recomendo a leitura de A MAIS EFICAZ DAS ORGANIZAÇÕES, a história do Exército da Salvação, uma das organizações de caridade mais bem-sucedidas de todos os tempos. Fundada em julho de 1865 quando termos sobre gestão e produtividade nem sequer eram mencionados, está presente hoje em quase todos os países e no Brasil desde 1922. Leitura obrigatória para todo líder que deseja analisar se sua empresa ou organização é apenas eficiente, se é de fato eficaz, se tem efetividade, ou seja, cumpre aquilo para que existe. Um termo bem atual para a maioria das organizações sociais.

No esporte é possível comparar a seleção brasileira de futebol na Copa de 70. Que time! Pelé era o Rei, mas tinha Jairzinho, o Furacão que fez gol em todos os jogos, Rivelino, Gerson, Tostão, Carlos Alberto e por aí vai. Eram cinco número 10. A qualidade daquela equipe em campo era hipnotizante, plena de tiros certeiros, passes precisos, sincronia, um show de futebol. Eram muito eficientes. Melhor ainda quando faziam gol, um mais bonito do que o outro. Começaram e terminaram o campeonato fazendo 4x1. Um resultado que só uma equipe muito eficaz poderia proporcionar. Mas foi ser campeão do mundo para aqueles noventa milhões de brasileiros e ostentar a Taça Jules Rimet de tricampeão que deu o real significado da efetividade de uma equipe.